Conheça os efeitos colaterais da terapia antitumoral em pacientes submetidos à quimioterapia e à radioterapia
Os tratamentos contra o câncer, como quimioterapia e radioterapia, podem provocar efeitos colaterais dos mais diversos tipos. Conheça alguns deles.
Os efeitos colaterais da terapia antitumoral, também conhecida como terapia anticâncer, atingem comumente pessoas submetidas à quimioterapia e radioterapia. Os efeitos variam conforme o sexo, idade, região afetada pelo câncer e o tempo em que o paciente está em tratamento.
Os pacientes acometidos com câncer devem ser esclarecidos quanto aos efeitos colaterais antes de ser iniciado qualquer tipo de tratamento. Além disso, é importante que eles saibam em detalhes quais as finalidades de cada terapia, como ela será realizada e quais cuidados devem ser tomados. Tais orientações permitirão que os resultados alcançados sejam os melhores, dentro do possível.
Efeitos da quimioterapia
Os problemas com a saúde oral consequentes da terapia usada no tratamento oncológico acometem cerca de 90% das pessoas que tratam câncer na região da cabeça e pescoço e 40% das pessoas que tratam tumores em outros locais com quimioterapia. A boca seca (xerostomia) e a inflamação na boca (mucosite) são muito comuns nesses pacientes.
A quimioterapia pode ocasionar ainda problemas neurológicos como: cefaleia (dor de cabeça), confusão mental, convulsão, dor nas pernas, paralisia motora, rigidez na nuca, sonolência, sintomas depressivos e coma.
Efeitos adversos cardiovasculares também podem ser associados à quimioterapia e, entre eles, estão: calafrios; falência do miocárdio e hipotensão; fibrose pulmonar, que pode ocasionar tosse seca, dispneia (falta de ar) e febre; mal-estar; perda descomunal de peso; e ruídos nos pulmões.
São ainda problemas associados ao tratamento quimioterápico: os gastrintestinais, como dores na garganta e mucosite; hematológicos, principalmente na medula óssea; urológicos, atingindo o endotélio urinário; nas células lábeis, os quais podem gerar vermelhidão, dor, urticária, queimação e necrose; e hiperpigmentação do trajeto, resultando em trombose, escurecimento das veias e alopecia (redução de pelos).
Efeitos da radioterapia
Os efeitos colaterais da radioterapia estão ligados à dose de radiação, modo de administração, extensão e região irradiada, e intensidade de radiação. Um dos quadros mais comuns é a diminuição do fluxo salivar e o surgimento de mucosite, além de dor intensa, mesmo com o mínimo de estímulo externo.
A radioterapia pode ter como efeito adverso também infecções bacterianas, trismo (constrição da mandíbula), cáries de radiação e modificações no tecido ósseo, sendo que a osteorradionecrose é considerada a mais grave. Tais reações são mais acentuadas em pessoas que já passaram pela quimioterapia antes do tratamento radioterápico.
Problemas com a deglutição, como dores leves ou acentuadas, também podem estar associados à radioterapia. Além disso, a rouquidão originada com o tratamento radioterápico pode provocar dispneia ou sangramento, caso as cordas vocais estiverem na região irradiada. Outro efeito é a otite, podendo ocasionar surdez no paciente em casos mais graves.
Os problemas de saúde oral associados ao tratamento oncológico podem ser os mais devastadores, em curto e longo prazo, uma vez que atingem as ações humanas fundamentais, como alimentar-se e comunicar-se.
Recomenda-se, portanto, que as pessoas em tratamento contra o câncer consultem o cirurgião-dentista e o fonoaudiólogo, se for o caso, antes mesmo de iniciar as terapias, para que estes profissionais possam orientar e acompanhar a saúde do paciente.
O acompanhamento de um profissional habilitado é muito importante para evitar complicações maiores durante o tratamento, de modo que este não precise ser interrompido. Compartilhe essas informações com seus amigos que estejam passando pelo tratamento oncológico, para que estejam cientes dos efeitos colaterais das terapias.