Existe uma estreita relação entre a higiene oral de pacientes acamados e a prevenção de complicações durante uma internação. Veja!

A tarefa de cuidar da higiene oral de pacientes acamados é bem especial. Além de apoio, paciência e compreensão, os cuidados com a higiene, alimentação e locomoção são fundamentais para evitar mais transtornos que podem aparecer durante o tratamento destes pacientes.

A limpeza do ambiente, da cama e o cuidado nas trocas de roupas, o banho, o preparo dos alimentos e a higiene oral devem ser rotina para evitar complicações mais sérias como infecções, por exemplo.

Existe uma estreita relação entre os cuidados com a boca e a prevenção de complicações durante uma internação.

A falta de higiene oral de pacientes acamados cria um ambiente propício para a proliferação de bactérias na cavidade bucal. Sendo assim, a placa bacteriana acaba atuando como reservatório para a colonização das bactérias respiratórias.

As infecções de origem bucal são, comumente, responsáveis por graves complicações que podem acometer o organismo.

Microorganismos presentes na placa bacteriana podem ser liberados para as secreções salivares e, então, serem aspiradas se alojando no trato respiratório inferior (pulmão), causando uma pneumonia, por exemplo.

Portanto, a higiene oral de pacientes acamados é fundamental para prevenir complicações.

Evitando riscos

Em uma boca saudável os sistemas salivares estabelecem um equilíbrio ajudando a evitar a formação de colônias de bactérias, chamadas biofilme. Bactérias anaeróbicas encontradas nestas camadas de biofilme podem se prender à gengiva e aos dentes provocando placa bacteriana e inflamação.

A saliva contém certas enzimas, como a lactoferrina, lisozima e o sistema de peroxidase, que reforçam o sistema imunológico da boca. Portanto, o uso de enxaguatórios bucais com estas enzimas reforçará a higiene oral de pacientes acamados. Melhor ainda se o produto for livre de:

Clorexidina – bactericida que causa efeitos colaterais prolongados como: alteração da pigmentação dos dentes, alteração da cor da língua; descamação e sensibilidade oral;

Álcool – para que se evite dores e ardentia; além disso, há estudos indicativos de que o álcool pode aumentar a permeabilidade da mucosa a substâncias cancerígenas. Há até um movimento que defende que as embalagens dos enxaguatórios deveriam trazer alerta sobre o risco de câncer.

Açúcar – a ausência de açúcar propicia o uso dos enxaguatórios por pacientes diabéticos por longo prazo.

Portanto, a cavidade oral, sem a devida higiene, acaba servindo de porta de entrada para infecções e doenças respiratórias em pacientes acamados. Assim, recomendam-se medidas de higiene bucal realizadas por enfermeiros, técnicos de higiene dental ou acompanhantes que realizem a escovação e, quando isso não é possível, a higienização da boca e das superfícies dentárias com gaze embebida com enxaguatório bucal.

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Bochechos diários com essa solução devem ser realizados quando o paciente tem condições para isso, além disso, os familiares do paciente devem procurar saber como é realizada a higienização oral.

A higiene oral de pacientes acamados, às vezes, não é fácil, devido às condições mais debilitantes, por isso, prevenir e tratar da saúde oral, evitando, muitas vezes, uma infecção é de extrema importância para a qualidade de vida destes pacientes.